domingo, 20 de dezembro de 2020

Boas Festas e um próspero Ano Novo! Sucesso nos negócios.

 


Gestão de Ativos: Medidas de Desempenho


imagem: techedgegroup.com

Introdução 


Um dos elementos para um Programa de Gestão de Ativos bem-sucedido é identificar os Indicadores Chave de Desempenho (KPI) e como eles serão medidos para que os resultados atendam às necessidades da empresa. 

Portanto, é importante alinhá-los com o plano estratégico e as metas de cada Departamento específico. Para ter um conjunto eficiente de indicadores de desempenho, as seguintes condições precisam ser identificadas:

  • O que precisa ser encontrado depois que os dados forem coletados e analisados? "Áreas de foco"
  • Quais aspectos dos ativos têm um impacto direto nessas áreas? "KPI"
  • Como esses aspectos podem ser medidos de forma consistente e eficiente? "Sistema de medição"

Cada empresa tem necessidades diferentes impulsionadas por sua organização interna, condições financeiras e demandas das partes interessadas. Para identificar as áreas de enfoque, o Plano Estratégico anual deve ser revisto.


Para este cenário, um mínimo de três áreas de foco devem ser identificadas com base no Plano Estratégico da empresa:

  • Compreender a situação de seu sistema de negócio, para que possa ser aprimorado;
  • Obter ferramentas que apoiem as decisões de investimento e alocação de recursos;
  • Garantir a responsabilidade e capacidade de resposta às partes interessadas.

KPI


Dentro de uma ampla gama de indicadores-chave de desempenho, é imperativo selecionar os aspectos que impactam diretamente cada uma das áreas acima. Em outras palavras, uma vez que as áreas de foco tenham sido identificadas, as empresas podem direcionar os esforços de coleta de dados de forma mais eficiente.


Não só a qualidade dos dados melhorará, mas também a comunicação e a tomada de decisões serão simplificadas. De um ponto de vista prático, os coletores de dados ficarão mais motivados para fazer seu trabalho se entenderem a razão de seu escopo e puderem ver de forma tangível sua aplicação.


Apoie as decisões de investimento e KPI de alocação de recursos:
Um Programa de Gestão de Ativos não pode focar apenas nos aspectos técnicos dos ativos. Os tomadores de decisão devem ter uma compreensão abrangente de como os ativos impactam a instituição e a comunidade. 

Para medir esse impacto e ser capaz de fazer investimentos estratégicos, deve-se monitorar:

  • Nível de Retorno do Investimento (ROI):

Neste ponto é necessário atribuir um valor aos ativos e analisar o seu ciclo de vida que envolve custo de manutenção, bem como o impacto monetizado que os ativos têm nos aspectos financeiros da instituição.
A Taxa Interna de Retorno (IRR) é uma das muitas maneiras pelas quais o ROI pode ser medido. 

Pode-se pensar na IRR como a taxa de crescimento que se espera que um projeto gere. 

 
NPV = Valor presente líquido do investimento I = o fluxo de caixa projetado nos anos 0, 1 e 2 r = taxa de crescimento (Resolvendo para "r" quando NPV é zero)
  • Garantir a responsabilidade e capacidade de resposta às partes interessadas:

O que precisa ser medido nesta área deve estar diretamente relacionado às expectativas e necessidades das partes interessadas. Um Guia de Gerenciamento de Ativos deve descrever as medidas como “desempenhos que são importantes para o cliente, mas podem não ter impacto perceptível na operação da empresa”, em outras palavras, são impressões subjetivas dos clientes/usuários finais do negócio.

Conclusão

 
A seleção das medidas de desempenho deve ser o resultado de um estudo diligente das necessidades das instituições, bem como das expectativas das partes interessadas; isso irá garantir que os esforços de medição correspondam ao que é importante para eles.
Por outro lado, a análise dos dados coletados, ou KPI, deve prever o nível de desempenho dos ativos com base em sua intenção de design total. As decisões gerenciais tomadas para rebaixar ou manter a intenção do projeto original de um ativo deve ser o resultado da integração e avaliação de todas as áreas de foco para melhor responder ao plano estratégico da empresa.

Quer desenvolver seu gerenciamento de ativos conforme ISO 5500X? 

Fale conosco na AQC. Estamos te esperando.

João F Amâncio de Moraes


domingo, 13 de dezembro de 2020

Gerenciamento de um PROJETO DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR: uma análise para adoção do MÉTODO ÁGIL

Princípios e práticas ágeis para PROJETOS DE PESQUISA COLABORATIVA

Originalmente, o termo Ágil foi usado em referência ao desenvolvimento de  software. Os princípios básicos da estrutura Ágil foram definidos em 2001 por um grupo de desenvolvedores de software em resposta às fraquezas e rigidez dos métodos de desenvolvimento de software baseados em planos, criticados principalmente por sua falta de capacidade de resposta às mudanças.

Os princípios e práticas centrais da estrutura ágil podem ser resumidos da seguinte forma:

  • Ênfase nas pessoas e no trabalho em equipe e nos aspectos sociais do desenvolvimento do projeto;
  • Uso de sistemas de visualização compartilhados, com foco em tarefas realizáveis ​​e transparentes;
  • Ciclos iterativos de desenvolvimento, com uma equipe auto gerenciada seguindo regras orientadas para a comunicação "leves, mas suficientes".
  • Papel fundamental de um Facilitador - ajudando na coordenação e resolução de conflitos e garantindo que os membros da equipe contribuam;
  • Uso de um "quadro Kanban" (ou seja, uma ferramenta de visualização de fluxo de trabalho) para refletir o progresso, que é um artefato que permite a documentação e transparência das atividades do projeto.

Estudos sobre o uso de métodos Ágeis relatam resultados predominantemente positivos. Algumas das vantagens aclamadas incluem a influência positiva no desempenho da equipe , a contribuição para os níveis de qualidade e a melhoria dos resultados, como bem como a promoção da confiança e da coesão nas equipes.

A adoção de métodos ágeis se expandiu recentemente para contextos além do desenvolvimento de software. Paralelamente às evidências de que práticas ágeis podem levar a uma “cultura organizacional ágil” além do mundo do desenvolvimento de software.



 








Para ilustrar algumas aplicações de métodos ágeis fora da industria de software, listo aqui alguns estudos que enfocam a adoção de princípios e práticas Ágeis em projetos de pesquisa. Esses estudos sugerem que os métodos ágeis podem preencher a lacuna entre a indústria e a academia, ou descrever como esses métodos podem ser usados ​​para coordenar equipes distribuídas trabalhando em projetos de pesquisa de grande escala. Outros estudos enfocam o uso de métodos Ágeis para desenvolver protótipos em projetos de pesquisa “action design”, para gerenciar um laboratório de pesquisa e desenvolvimento, para etnografia experimental no local de trabalho, para projetos baseados em evidências para intervenções comportamentais e para desenvolvimento de produtos no setor biofarmacêutico.

Vamos abordar neste artigo, três questões relativos à gestão de projetos de pesquisa colaborativa, que indicam potencial para a aplicação de métodos ágeis:

(1) Por um lado, os projetos de pesquisa operam sob considerável incerteza e requerem liberdade e flexibilidade para gerar resultados inovadores. Por outro lado, a incerteza precisa de um gerenciamento rígido para evitar o fracasso e a criatividade precisa de estruturas firmes para ser transformada em resultados de projeto amplamente utilizáveis.

(2) Por um lado, a pesquisa colaborativa promove a integração das percepções, idéias e visões da pesquisa que são necessárias para resolver problemas de forma abrangente. Por outro lado, a heterogeneidade resultante de parceiros leva a problemas com respeito à gestão intercultural, interorganizacional e interdisciplinar.

(3) Por um lado, o gerente é atribuído apenas autoridade limitada devido à autonomia dos sócios e estruturas de governança. Por outro lado, os resultados mostram que determinadas tarefas, como a gestão da visão do projeto e a integração dos resultados, requerem o empenho e envolvimento de todas as partes do projeto.

Essas três questões acima serão o foco de análise deste artigo. A primeira e o segunda questões são as bases das seguintes questões da análise:

  • Até que ponto os princípios e práticas ágeis podem oferecer mecanismos de coordenação envolventes, transparentes e fáceis de adotar em projetos de pesquisa colaborativa?
  • Como os métodos ágeis podem contribuir para a comunicação entre os participantes de projetos de pesquisa colaborativa?
  • A terceira questão dá origem às seguintes questões da análise:
    • Os princípios e práticas ágeis podem ajudar a integrar diferentes perspectivas disciplinares para trabalhar em direção a resultados de pesquisa de qualidade?
    • Os princípios e práticas ágeis podem ajudar a facilitar o comprometimento e envolvimento dos participantes em projetos de pesquisa colaborativa?

Quatro práticas Ágil que podem suportar as questões acima:

Lançamentos regulares: Essa é uma prática ágil para garantir o desenvolvimento incremental dos resultados. Uma prática mais genérica toma a forma de reuniões de planejamento regulares realizadas a cada 2 semanas, nas quais todos os membros da equipe que trabalham em vários aspectos do projeto participam para estabelecer e discutir os objetivos das entregas. Deve haver acordos periódicos sobre tarefas e subtarefas para cada membro da equipe.

Facilitação ágil: Para se ter uma equipe multifuncional atuando iterativamente em direção aos objetivos definidos, o processo deve ser coordenado por um pesquisador que cumpra a função de Facilitador ou “Scrum Master”, mantendo rotinas de comunicação. O pesquisador principal, como “product owner”, avalia a qualidade geral e o alinhamento com o projeto mais amplo, na existência deste.

Stand-up semanal: Esta prática refere-se a uma reunião presencial regular, mas informal, onde os participantes atualizam uns aos outros sobre o andamento de suas atividades de projeto. Conversa virtual semanal pode substituir os encontros presenciais. Isso pode ser conseguido através de aplicativos da web tais como MSTeams, Zoom e Slack, a título de exemplo. Cada membro deve apresentar relatórios semanais para a equipe sobre as realizações desde o último stand-up semanal, tarefas planejadas antes do próximo e desafios que provavelmente deverão ser enfrentados nesse ínterim.

Quadro Kanban Digital: Isso se refere à prática ágil de usar uma ferramenta de visualização de fluxo de trabalho para refletir o status das tarefas do projeto. Os itens de tarefas, com suas descrições em notas adesivas virtuais, são refletidos em um quadro compartilhado usando o software Trello ou Jira, a título de exemplo, para que os fluxos de trabalho possam estar visíveis a todos os membros da equipe.

 



Usando métodos ágeis para equilibrar flexibilidade e coordenação

O papel do Facilitador é fundamental na adoção pela equipe de pesquisa dos princípios e práticas ágeis.

A percepção de participantes de trabalhos com métodos Ágil frequentemente se mostram altamente positiva em relação à forma como o processo se desenvolve, desde a distribuição das tarefas e coordenação do grupo, até a possibilidade de os indivíduos influenciarem o desenho da pesquisa. 

Apesar de diferentes níveis de engajamento, membros de equipe Ágil se adaptam à lógica da interface do quadro Kanban ao utilizá-lo, focando em um fluxo contínuo de tarefas, envolvendo iterações quando necessário. 

Deve-se buscar pela prática ágil de "sprints de desenvolvimento fixos", ou seja, um segmento de tempo, geralmente entre 2-4 semanas, durante o qual as equipes trabalham para atingir os objetivos especificados para a eventual liberação da entrega final. 

Mas em projetos fora da industria de software, muito das vezes isto se apresenta como um forte desafio, então, em vez disso, a equipe pode optar por usar um chat convocado através de software, e.g. MSTeams, Zoom, Slack para se comunicar quando necessário em relação às tarefas acordadas, bem como a adoção de aplicativos já mencionado (e.g. Trello, Jira) para discussões além da coordenação ágil. Paralelamente, pode se fazer uso do software Google Docs, a título de exemplo, para compartilhar documentos online para escrita colaborativa e desenvolvimento modular de textos antes da publicação.

Alcançando a Integração em Equipes Heterogêneas

A terceira questão reflete a necessidade de integração de percepções, ideias e visões necessárias para a resolução abrangente de problemas em equipes colaborativas. Os desafios podem surgir da diversidade intercultural, interorganizacional e interdisciplinar entre os membros da equipe.

Para contornar situações de potenciais problemas relativo a uma ou mais situações de diversidades comentadas, deve-se fomentar que em paralelo à execução de tarefas específicas, os pesquisadores também devem participar das atualizações digitais do stand-up e também trocarem outros tipos de mensagens de coordenação (principalmente lembretes de reuniões, links para vários documentos em andamento ou feedback específico sobre o trabalho individual). Este volume adicional de atividade de comunicação durante a adoção dos métodos ágeis, em relação às tarefas atribuídas, tende a se correlacionar com os participantes mais ativos e com mais tempo dedicado ao projeto.

Há amplo consenso sobre a contribuição dos métodos Ágeis para melhorar a interação da equipe para uma melhor comunicação e visualização do trabalho dos outros. As reuniões presenciais de acordo com suas respectivas frequências previamente definidas(onde a avaliação e distribuição de tarefas são revistas, e novas tarefas devem ser  subsequentemente atribuídas) às vezes podem apresentar alguns viéis decorrentes da influência de um ou mais pesquisadores mais experientes dentro do time. Pode também ocorrer falta de acordo sobre a distribuição de tarefas, o que pode ser mitigado através de um uso mais apurado do quadro Kanban mencionado anteriormente. 

De qualquer maneira, caso se apresente as situações comentadas, cabe ao Facilitador (ou Scrum Master, por exemplo), e o pesquisador principal (Product Owner) trazer o time de volta às práticas e métodos Ágil. A integração das equipes é um fator primordial para o sucesso de projetos Ágil.

Então, sua empresa já se vê às voltas com a aplicação de métodos Ágil de gestão de projetos (de produto e/ou de melhoria de processos) em sua estratégia de negócios? Caso o método Ágil ainda não está incluso em seus planos, sugiro que considere o fato de incluí-lo.

Nós, da AQC, podemos suportar sua empresa nesta empreitada. Fale conosco.

Amâncio





quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Melhore suas retrospectivas ágeis aprendendo com a ciência!


Quão bem as retrospectivas do Agile estão atendendo você?
por  , 

Presumimos que você siga a agenda de retrospectivas do Agile começando com a definição do cenário e, em seguida, coletando dados e, em seguida, gerando percepções antes de decidir sobre as ações e fechar as retrospectivas. Além disso, esperamos que em sua próxima retrospectiva você reveja suas decisões anteriores para avaliar se conseguiu implementar essas ações e se elas fizeram alguma diferença.

No entanto, como você sabe que foram essas ações que fizeram a diferença? Além disso, se eles fizeram a diferença, que tipo de diferença eles fizeram?

O que você precisa para ser capaz de responder a essas perguntas é uma abordagem mais científica para suas retrospectivas.

Isso significa que, para cada ação (ou experimento) em consideração, você precisa explorar sua hipótese - o que você presume que acontecerá ao realizar essa ação? Além disso, como saber mais tarde se essa hipótese foi validada ou não?

É tudo sobre o processo lógico que você segue. Se você olhar para todos os fatos e decidir agir de acordo com o que parece ser a melhor solução, você está sendo um bom detetive. Você está usando o que é chamado de lógica abdutiva . Isso pode levar a melhorias efetivas, mas também pode levar a muitos problemas: o mesmo problema ocorrendo novamente ou ressurgindo de uma forma diferente - em qualquer caso, não está resolvido. Outra abordagem é se tornar um bom cientista - usar a lógica indutiva .

A lógica indutiva significa que quando uma equipe durante uma retrospectiva pensa em uma ação para resolver um problema, ela faz uma pausa para perguntar: "Qual é a nossa hipótese?" Uma hipótese diz: “Dado este pano de fundo e com base nesta teoria geral ou abordagem aceita, se fizermos x, y, z, esperamos ver o seguinte resultado, que mediremos pelo seguinte. Além disso, prevemos que as medidas serão l, m, n. Essa hipótese forma a base de um experimento.

A medição é crítica.

Você precisa primeiro saber quais são suas medições antes de começar seu experimento para que você tenha algo para comparar com seus resultados posteriores! Se você não tiver certeza sobre “ como medir qualquer coisa”, recomendamos enfaticamente o livro com esse título de Douglas W. Hubbard. As medições podem ser objetivas ou subjetivas. Melhor ainda, você pode procurar maneiras de ter um "grupo de controle". Por exemplo, algumas pessoas em sua equipe tentam um novo método e outro membro da equipe continua fazendo do jeito antigo. Ou você pode comparar as equipes.

Somente com uma hipótese e um plano experimental com medidas adequadas você será capaz de dizer se precisará de uma ação diferente ou se terá que repensar sua hipótese. Em nosso livro sobre Agilidade em toda a empresa , chamamos esse processo de “sondagem” e isso o ajuda não apenas a melhorar continuamente, mas também a inovar de forma sustentável.

Há mais um aspecto nas sondagens: a possibilidade de publicação. “O que acontece em uma retrospectiva permanece na retrospectiva” é um mantra familiar e deve, é claro, ser respeitado. No entanto, se você descobrir um processo ou procedimento que parece fazer uma grande diferença, você pode desejar, com o consentimento de todos, contar aos outros sobre suas descobertas. A publicação, de uma forma que respeite a privacidade da retrospectiva, pode ser muito importante porque o ato de publicar seus resultados pede a outras pessoas que tentem replicar o que você acha que aprendeu. Você aprenderá com as experiências deles e confirmará que o que você descobriu é realmente uma nova descoberta.

Portanto, considere o desenvolvimento de sondas em suas retrospectivas, tornando-se mais como cientistas e menos como detetives.

Fonte: Agile Alliance

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Entrega ágil de projetos de capital

Os líderes do setor estão usando a abordagem ágil para reimaginar como os projetos de capital são entregues.

O processo de entrega do projeto de capital mudou muito pouco nas últimas décadas. Os projetos progridem por meio de um conjunto de estágios bem definidos: engenharia conceitual, engenharia detalhada, aquisição, construção e comissionamento. Os gerentes de projeto e engenheiros podem apregoar a abordagem rigorosa adotada para aprovar a passagem do projeto de uma fase para a seguinte, bem como ferramentas de gerenciamento de projeto, como linhas de base de custo e cronograma, usadas para controlar o projeto e mantê-lo dentro do prazo e no orçamento.

Pressionados mais adiante, no entanto, eles podem admitir que certas estruturas organizacionais, embora bem intencionadas, têm falhas comuns que levam a estouros de cronograma e custos. As causas raízes tendem a ser três:

  • A aversão ao risco requer tomada de decisão por comitê. Freqüentemente, isso se traduz na necessidade de uma reunião para cada decisão, o que retarda o andamento do processo.
  • Mecanismos de controle , como portas de estágio ou revisões de modelo, podem levar ao aumento de estoque entre os estágios, o que expande o cronograma.
  • Silos entre disciplinas criam ineficiências. À medida que cada silo controla seus próprios interesses, a negociação sobre os critérios de transferência e aceitação retarda o progresso e a coordenação deficiente entre as negociações prejudica a produtividade.

Nos últimos 20 anos, os setores que enfrentam desafios semelhantes (como fabricação) seguiram o exemplo da engenharia de software ao adotar uma nova abordagem - agilidade - para superar as ineficiências organizacionais.  Em uma abordagem ágil de execução e desenvolvimento, equipes auto-organizadas e multifuncionais - às vezes estendendo-se a fornecedores, clientes e usuários finais - colaboram para criar e refinar continuamente requisitos e soluções. Embora o uso de métodos ágeis em projetos de capital ainda seja incomum, alguns adotantes iniciais conseguiram reduzir os gastos de capital em um mínimo de 10 por cento e aumentar a produtividade e reduzir os tempos de conclusão em 10 por cento cada. Esses exemplos do potencial do Agile para transformar o processo de projeto de capital estão começando a despertar o interesse dos líderes do setor.

Como o Agile funciona em projetos de capital

Um projeto de capital típico é concebido como um processo rígido, linear e sequenciado, com cada etapa tratada por sua própria equipe de especialistas.  Um projeto ágil, por outro lado, é projetado para ser mais ágil e dinâmico: enquanto um backbone estável define entregas claras e pacotes de trabalho nos portões de projeto padrão, recursos dinâmicos são sobrepostos para reagir rapidamente às mudanças e permitir que os projetos se movam de forma mais integrada através de cada etapa. 

A principal característica de um projeto ágil é a equipe multifuncional e capacitada, que trabalha em silos para criar responsabilidade de ponta a ponta. O trabalho é realizado em “sprints” mais curtos e iterativos que permitem às equipes testar e ajustar ideias rapidamente, minimizando o risco de falha de comunicação ou design excessivo. A tecnologia de última geração e um propósito claro e compartilhado são cruciais. Esses princípios podem ser aplicados em todo o ciclo de vida do projeto - seleção de conceito, engenharia e aquisição e construção e comissionamento - para compactar cronogramas e melhorar a produtividade, mantendo o desempenho de segurança e qualidade.

Seleção de conceito

Quando os projetos estão na fase de conceito, as equipes geralmente geram vários conceitos e, em seguida, selecionam o mais atraente por meio de triagem, estudos adicionais e avaliação de custos. Nesta fase, uma capacidade significativa de engenharia tende a ser dedicada ao desenvolvimento de ideias que se mostram muito difíceis de integrar em um projeto coeso, significando que mais tempo e energia são gastos do que o necessário para chegar à resposta final.

Equipes de engenharia de conceito ágeis podem mudar para um novo modelo de entrega que prioriza os recursos do projeto e as decisões necessárias para chegar à resposta final. Isso significaria menos tempo gasto desenvolvendo conceitos inteiros e mais tempo gasto formulando as perguntas certas para ajudar a equipe a obter a melhor resposta que possua as qualidades mais desejáveis ​​possíveis. 

Essa abordagem pode fornecer mais tempo para a engenharia de valor, o que reduz os custos do projeto e comprime significativamente o cronograma da engenharia de conceito.

Uma empresa de petróleo e gás estava trabalhando em um projeto de construção de tieback submarina para conectar um novo campo à sua unidade de produção. Mas várias questões em aberto estavam pendentes, e esperar que os silos funcionais tivessem capacidade para respondê-las estava atrasando o cronograma do projeto. A empresa adotou uma abordagem ágil ao desafiar a equipe a se concentrar nas decisões mais críticas e quais recursos determinariam qual decisão tomar. A empresa foi capaz de restringir as opções o suficiente para reduzir significativamente a quantidade de trabalho funcional, o tempo de avaliação comercial e os estudos de subsuperfície, e para re-sequenciar vários dos marcos. Essa certeza também deu à equipe confiança suficiente para fazer pedidos de longo prazo antes da decisão final de investimento, sem aumentar o perfil de risco do projeto.

Como resultado, a empresa encurtou o cronograma para a seleção do conceito em 60 por cento, reduziu as despesas de capital na fase de engenharia e aquisições por meio do projeto não-rebatível e reduziu o tempo para o primeiro óleo em cerca de 35 por cento, o que melhorou o valor presente líquido geral (NPV ) do projeto.

Engenharia e compras

As equipes de engenharia, principalmente para projetos menores, costumam ser formadas por líderes de disciplina em tempo parcial que trabalham em vários projetos grandes ao mesmo tempo, com supervisão dedicada fornecida por um pequeno número de gerentes de projeto e engenheiros de projeto. Essas forças de trabalho fragmentadas geralmente levam a gargalos quando os tempos de transferência não se alinham e vários compromissos interrompem o andamento do projeto.

Projetos de capital ágeis são caracterizados por pacotes de trabalho menores que são mais frequentemente integrados ao design geral, com equipes multidisciplinares reunidas para enfrentar desafios específicos em sprints com duração de uma a duas semanas. Sprints serão diferentes com base na maturidade do projeto. Sprints iniciais para projetos que estão apenas começando se concentrarão em projetar ou definir e alinhar os requisitos do projeto. 

Projetos mais maduros terão sprints focados nos principais aspectos de design do projeto, e sprints durante a construção serão divididos em pequenos pacotes de trabalho para permitir o rastreamento detalhado e a aplicação de aprendizados de pacotes anteriores. Essa abordagem requer um modelo de equipe muito mais dinâmico, que designa pessoas por semanas, não meses ou anos, e dedica pessoas em uma porcentagem muito maior a menos projetos de uma vez.Isso permite que as organizações reduzam significativamente a complexidade, reduzam os gastos e comprima os cronogramas.

Uma empresa nacional de petróleo tradicionalmente organizava seus engenheiros em grupos de pessoal específicos de ativos. A empresa vinha enfrentando grandes estouros de cronograma e altos níveis de retrabalho de silos funcionais. A empresa abandonou sua hierarquia de cima para baixo e implementou um modelo ágil de fluxo para trabalho, no qual os indivíduos são alocados em projetos em vez de tarefas específicas. Essa abordagem permitiu que ele correspondesse de forma dinâmica as necessidades do projeto aos conjuntos de habilidades dos engenheiros em toda a organização e otimizasse a equipe do projeto. O modelo permitiu à empresa alcançar maior produtividade - liberando cerca de 25% da capacidade de engenharia e, ao mesmo tempo, acelerando os cronogramas em 50%.

Construção, comissionamento e rotatividade

A abordagem tradicional para projetos de capital é gerenciar a linha de frente de forma reativa para atingir marcos predefinidos, distribuindo tarefas às equipes em um processo sequenciado e fechado. Essa abordagem pode otimizar o valor agregado e a produtividade dentro das disciplinas. Mas não leva em consideração os impactos subsequentes nas disciplinas subsequentes e o acúmulo de estoque entre as disciplinas que expandem o cronograma.

Os projetos de capital ágeis abordam a construção como uma rede de tarefas e recursos interconectados e definidos. Para reduzir o estoque e encurtar o cronograma, eles dividem os silos entre as disciplinas, configurando equipes de produção multifuncionais e gerenciando o fluxo de pacotes acabados até a conclusão do sistema.

Um fabricante de materiais básicos estava embarcando em um projeto de capital de $ 500 milhões para construir uma nova instalação para produzir um produto de ponta e de alta resistência. No auge, a força de trabalho da construção envolveu 650 artesãos. Com 50 por cento concluído, a equipe do projeto percebeu que atrasos em equipamentos de engenharia críticos resultariam em atrasos na data de conclusão final. Para minimizar o risco, a empresa criou uma equipe multifuncional incluindo partes interessadas de controles de projeto, empresas de engenharia e empreiteiros, que juntos otimizaram interfaces e sequências de construção. A equipe adotou uma visão em nível de projeto, facilitou as sessões de planejamento de sprint para identificar atividades críticas e removeu de forma proativa as restrições e a variabilidade. Ao analisar o projeto neste nível granular,a equipe foi capaz de criar fluxos de trabalho e processos que reduziram o impacto de equipamentos atrasados ​​e priorizaram recursos para recuperar o tempo sempre que possível. Essa abordagem permitiu que a equipe do projeto entregasse o projeto 17% mais rápido e com produtividade 124% maior do que a obtida anteriormente no projeto.

Começando

As organizações de projetos de capital demoram a introduzir o Agile em seus processos de entrega de projetos, em parte devido a alguns mitos e conceitos errôneos comuns.  

Alguns acreditam, por exemplo, que os métodos ágeis não permitem reuniões e / ou planejamento. Outros consideram os métodos ágeis difíceis de vender quando a estrutura típica da divisão de um projeto reforça a comunicação em silos e os rígidos portões de estágio do projeto que impulsionam o desenvolvimento do projeto tradicional.

No entanto, conforme surgem bolsões de estudos de caso em projetos de capital, fica mais claro que o Agile representa uma oportunidade transformadora para o setor. Para combater esses desafios comuns de implantação do Agile, a próxima etapa para proprietários e empresas de engenharia, compras e construção (EPCs) é aplicar princípios ágeis em uma base de produto mínimo viável (MVP) - identificando algumas áreas específicas para abordar, ou “casos de uso”, que o Agile pode direcionar de forma produtiva. Dessa forma, seu pessoal pode começar a reconhecer o que o Agile pode alcançar. Os primeiros sucessos podem criar um apetite por mais - de preferência levando ao ágil aplicado de ponta a ponta para um projeto ou fluxo de valor inteiro. Entre as organizações mais avançadas, uma transformação ágil em toda a empresa é o resultado final.

Aplique o manual ágil em casos de uso específicos. Um MVP começa identificando oportunidades isoladas em uma parte de um projeto onde é possível implantar e testar maneiras ágeis de trabalhar. Os exemplos podem incluir a redação da proposta, a seleção do conceito ou o sourcing da estratégia - processos que normalmente se beneficiam de equipes multifuncionais, têm prazos e metas claramente definidas. Estabelecer uma equipe ágil, seguindo os princípios e dedicando os recursos necessários permite o aprendizado iterativo que é o coração do Agile. As mentalidades também são importantes: selecionar membros da equipe que estão entusiasmados com o teste desta nova forma de trabalhar e com vontade de experimentar coisas novas e desenvolver capacidades ajuda a criar impulso e boca a boca positivo.

Encontre um projeto candidato em seu portfólio para implantação ágil de ponta a ponta. Os casos de uso limitados provavelmente terão impacto limitado até que se transformem em algo mais abrangente. Além disso, os céticos podem se perguntar se as idéias que foram aplicadas a problemas estreitos funcionarão em seus projetos ou área funcional. Para limitar esses riscos, a próxima etapa após o MVP é procurar um projeto ou departamento de tamanho moderado que ofereça potencial para melhoria significativa na produtividade, redução do cronograma ou métricas semelhantes - e então obter o suporte dos níveis mais altos de liderança. Seu comprometimento será essencial para que as mudanças ágeis ocorram e para que outras partes da organização tomem conhecimento.


É importante observar que o Agile pode não funcionar em todas as situações e seu uso deve ser adequado ao projeto. Um entendimento básico da forma ágil de trabalhar é fundamental. Mas o Agile pode revolucionar a forma como os projetos de capital são entregues. Se os projetos de capital alcançassem metade do que foi demonstrado em outras indústrias, isso poderia facilmente trazer os projetos dentro do orçamento e do cronograma, e conduzir a melhorias adicionais no VPL. Vale a pena o esforço.

Este artigo foi parte da edição de setembro de 2020 de Voices da Global Infrastructure Initiative .


terça-feira, 27 de outubro de 2020

SEBRAE LANÇA CATALISA ICT

Iniciativa quer inserir pesquisadores científicos no mundo dos negócios

O Sebrae apresentou na último dia 16/10 o Catalisa ICT, projeto que vai estimular o ingresso de pesquisadores acadêmicos no universo do empreendedorismo. A expectativa é que sejam selecionadas pelo menos mil pesquisas brasileiras com potencial de inovação. 

O Catalisa ICT é uma iniciativa de alcance nacional, que irá contemplar pesquisadores das 27 unidades da federação. A jornada de aceleração dos pesquisadores para o empreendedorismo terá quatro etapas: mobilização, capacitação, desenvolvimento e teste e tração.

Leia aqui, clique....

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Normas ISO 5500x - Gestão de ativos físicos [críticos]

A gestão de ativos é uma novidade no setor público e privado, originalmente proveniente de técnicas de gerenciamento utilizadas no mercado financeiro e mais recentemente também aplicadas em ambientes competitivos e de alto risco como aviação civil, indústrias de equipamentos hospitalares com alta tecnologia e usinas nucleares. 

O gerenciamento  de ativos é de fundamental importância, pois está relacionado à forma de  administrar  os riscos com eficiência, tomar decisões de investimentos capazes de acarretar o máximo rendimento dos ativos, reduzir  perdas e garantir  confiabilidade  e  qualidade  dentro  de  um mercado cada vez mais exigente. 

Atualmente constata-se  que  poucas  empresas possuem uma estratégia clara e um plano oficial de substituição, renovação ou  reforço  de  ativos  capaz  de  propiciar  a  qualidade  e  confiabilidade  exigida  e  ao  mesmo  tempo  gerar  a  rentabilidade  e  lucratividade  esperada  pelos  acionistas.  Este  panorama  deve-se  em  parte  às  dificuldades  de  acessar  e  implantar  as  boas  práticas  de gestão de ativos. 

Em empresas que  já praticam a gestão de ativos nota-se maior domínio do gerenciamento  de riscos em cada  nível (estratégico, tático e operacional) e uma capacidade de demonstrar sistemas  estruturados, de alta confiabilidade e qualidade que podem superar o desempenho exigido pelo mercado. 

Esta  nova  abordagem  trouxe  uma  vantagem  competitiva  para  as empresas  através  de  um  melhor  desempenho  técnico  e  financeiro,  da  visão  estratégica  do  negócio,  do  melhor  equilíbrio  entre  retorno  e  riscos  e  do  aumento  da  confiabilidade  do  sistema  como todo.  O  sistema  de  gestão  permite  indicar  quais  ações  nos  ativos  agregam  maior  valor  econômico  para  as  empresas,  melhoram  a  qualidade  do  serviço  e  aumentam  a  confiabilidade  de diversos sistema,  além  de  agregar  valor  para  todos  os  segmentos,  pois para os clientes é a forma de obter produtos e serviços de qualidade por um preço justo, em outras palavras, é a garantia de que a empresa está investindo corretamente e sem desperdícios na melhoria de seu desempenho e para os acionistas é a certeza que  seus  ativos  são  operados  e  mantidos  de  forma  consistente  com  o  objetivo  de  gerar a mais alta taxa de retorno de seus investimentos. 

Ao longo dos anos, as organizações preocupadas com sua gestão, operação  e  manutenção  de infraestruturas têm procurado reduzir as despesas de capital (CAPEX) e os custos operacionais (OPEX) associados à  sua atividade,  garantindo  um  adequado  nível  de  produto e serviços ao  longo  do  seu  ciclo  de  vida  e permitindo às organizações atingir os seus objetivos estratégicos. 

Para  dar resposta a estas necessidades, a International Organization for Standardization (ISO) desenvolveu em 2014 um  padrão internacional, a norma ISO 55001:2014 - Gestão  de  Ativos - Sistemas  de  gestão - Requisitos,  que especifica os requisitos para que as organizações estabeleçam, implementem, mantenham e melhorem seu sistema de  gestão  de  ativos.

SISTEMAS DE GESTÃO DE ATIVOS - ISO 5500x

Muitas  organizações dependem  de  modo  crítico  dos  seus  ativos. Um ativo “é  um  bem,  uma  coisa  ou  uma entidade, que  tem um valor potencial ou real para uma organização“. Para  que  a  atividade  seja  eficiente  e sustentável, torna-se  necessário assegurar  que  esses  ativos  sejam  geridos  de  modo sistemático  e racional  nas organizações. 

Deste modo, enumeram-se algumas motivações para que a gestão de ativos seja cada vez mais prioritária dentro das organizações, tais como: sistemas de ativos envelhecidos; incremento da exigência dos requisitos de qualidade, segurança e ambiente; aumento do risco; globalização e aumento da competitividade; instabilidade dos mercados; maior pressão para fomentar a rentabilidade e retorno dos ativos; sistemas de incentivos da gestão de topo; princípios de contabilidade inflexíveis; comunicação inadequada ou inexistente entre os diferentes níveis das organizações e, por fim, mas não menos importante, a necessidade de integração e modernização de sistemas de ativos. 

Em  2014, a International Organization for Standardization (ISO), publicou a série de normas ISO 5500x para a gestão de ativos, nomeadamente as normas ISO 55000:2014, ISO 55001:2014 e  ISO 55002:2014. A sua  publicação associada à formação de profissionais na  área, tem servido como estímulo no processo de reconhecimento da importância da gestão de ativos enquanto atividade chave para as organizações. 

Na ISO  55000 é  apresentada uma  visão geral da  gestão  de  ativos  e  dos sistemas  de  gestão  para  a  gestão  de ativos, designado como sistema de gestão de ativos. É definida gestão de ativos como a atividade coordenada de uma organização para identificar e produzir valor a partir dos ativos. É especificado também o contexto para as normas  ISO  55001  e  ISO  55002. 

Na norma  ISO  55001 são  especificados os  requisitos  para  um  sistema  de gestão de ativos e na ISO 55002, são especificados em pormenor os requisitos técnicos específicos de setores, de ativos ou de atividades e fornece orientações sobre como a ISO 55001 deverá ser interpretada. 

Sua empresa já conhece essa família de normas ISO 5500x? Lendo acima, você vê benefícios em entender mais profundamente e aplicar a ISO 55001 dentro da estratégia de negócios de sua empresa?

Se há interesse, nós da Amancio Quality Consulting podemos suportá-lo no desenvolvimento dos requisitos e procedimentos em sua organização.

Entre em contato; AQC - Otimizando processos - (19) 998953115 - bit.ly/AQCwix.




quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Mineração de processos: Visão geral e oportunidades

imagem: Medium.com

Na última década, a mineração de processos (Process Mining) surgiu como um novo campo de pesquisa que se concentra na análise de processos usando dados de eventos. 

As técnicas clássicas de mineração de dados, como classificação, agrupamento, regressão, aprendizagem de regras de associação e mineração de sequência / episódio, não se concentram em modelos de processos de negócios e geralmente são usadas apenas para analisar uma etapa específica no processo geral. A mineração de processos concentra-se em processos ponta a ponta e é possível devido à crescente disponibilidade de dados de eventos e novas técnicas de descoberta de processo e verificação de conformidade.

Os modelos de processo são usados ​​para análise (por exemplo, simulação e verificação) e execução por sistemas como o Business Process Management (BPM). Anteriormente, os modelos de processo eram normalmente feitos à mão, sem usar dados de eventos. No entanto, as atividades executadas por pessoas, máquinas e software deixam rastros nos chamados registros de eventos. As técnicas de mineração de processos usam esses logs para descobrir, analisar e melhorar os processos de negócios.

Recentemente, a Força-Tarefa de Process Mining lançou o Manifesto de Process Mining. Este manifesto é apoiado por 53 organizações e 77 especialistas em mineração de processos contribuíram para ele. 

O envolvimento ativo de usuários finais, fornecedores de ferramentas, consultores, analistas e pesquisadores ilustra a crescente importância da mineração de processos como uma ponte entre a mineração de dados e a modelagem de processos de negócios. A relevância prática do Process Mining e os desafios científicos interessantes tornam o Process Mining um dos tópicos “quentes” em Business Process Management (BPM). Vamos aqui comentar a mineração de processos como um novo campo de pesquisa.

A mineração de processos tem como objetivo descobrir, monitorar e melhorar os processos reais, extraindo conhecimento de registros de eventos disponíveis nos sistemas de informação atuais. 

Na última década, houve um crescimento espetacular dos dados de eventos e as técnicas de mineração de processos amadureceram significativamente. Como resultado, as tendências de gerenciamento relacionadas à melhoria e conformidade de processos agora podem se beneficiar da mineração de processos.

O ponto de partida para o Process Mining é um log de eventos. 

Cada evento em tal registro se refere a uma atividade (ou seja, uma etapa bem definida em algum processo) e está relacionado a um caso particular (ou seja, uma instância de processo). Os eventos pertencentes a um caso são ordenados e podem ser vistos como uma “execução” do processo. Os logs de eventos podem armazenar informações adicionais sobre os eventos. Na verdade, sempre que possível, as técnicas de mineração de processos usam informações extras, como o recurso (ou seja, pessoa ou dispositivo) que executa ou inicia a atividade, o carimbo de data / hora do evento ou elementos de dados registrados com o evento (por exemplo, o tamanho de um pedido).

Os logs de eventos podem ser usados ​​para conduzir três tipos de mineração de processo.

O primeiro tipo de mineração de processo é a descoberta. Uma técnica de descoberta pega um log de eventos e produz um modelo sem usar nenhuma informação a priori. A descoberta de processos é a técnica de mineração de processos mais proeminente. Para muitas organizações, é surpreendente ver que as técnicas existentes são realmente capazes de descobrir processos reais apenas com base em exemplos de comportamento armazenados em logs de eventos.

O segundo tipo de Process Mining é a conformidade. Aqui, um modelo de processo existente é comparado com um log de eventos do mesmo processo. A verificação de conformidade pode ser usada para verificar se a realidade, conforme registrada no registro, está de acordo com o modelo e vice-versa. 

O terceiro tipo de mineração de processo é o aprimoramento. Aqui, a ideia é estender ou melhorar um modelo de processo existente, usando, assim, informações sobre o processo real registrado em algum log de eventos. Enquanto a verificação de conformidade mede o alinhamento entre o modelo e a realidade, este terceiro tipo de Process Mining visa alterar ou estender o modelo a priori. Por exemplo, usando carimbos de data / hora no log de eventos, pode-se estender o modelo para mostrar gargalos, níveis de serviço e tempos de processamento.

Ao contrário das técnicas tradicionais de Business Process Management (BPM) que usam modelos feitos à mão, a mineração de processos é baseada em fatos. Com base no comportamento observado registrado em logs de eventos, técnicas inteligentes são usadas para extrair conhecimento.

Portanto, pode-se afirmar que a mineração de processos permite um BPM baseado em evidências. Ao contrário das abordagens de análise existentes, a mineração de processos é centrada em processos (e não em dados), verdadeiramente inteligente (aprendendo com dados históricos) e baseada em fatos (baseada em dados de eventos em vez de opiniões).

A mineração de processos está relacionada à mineração de dados. Considerando que as técnicas clássicas de mineração de dados são principalmente centradas em dados, a mineração de processos é centrada no processo. 

As principais técnicas de modelagem de processos de negócios usam notações como Business Process Modeling Notation (BPMN), diagramas de atividades UML, Event-driven Process Chains (EPC) e vários tipos de redes de Petri.

Em próximos artigos, vamos comentar um pouco mais nos detalhes, algumas das principais técnicas de modelagem na mineração de processos.

Texto extraído do artigo de pesquisa: Process Mining: Overview and Opportunities; Author: Will van der Aalst; Publication:ACM Transactions on Management Information Systems, July 2012, Article No.: 7, https://doi.org/10.1145/2229156.2229157


sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Análise para integração do Design for Six Sigma (DFSS)

Motivado por demandas cada vez maiores do cliente em termos de qualidade e custos ao longo das últimas décadas, as iniciativas de melhoria de engenharia avançaram nos ciclos de vida do produto, da inspeção sobre a produção aos estágios de desenvolvimento do produto. O Sigma, sendo uma representação estatística de variação, quantifica o desempenho do processo, onde um processo é considerado capaz em Seis Sigma, quando seu desempenho não causa mais do que 3,4 Defeitos por Milhão de Oportunidades (DPMO).

Design for Six Sigma (DFSS) pode ser definido como uma metodologia de desenvolvimento para novos produtos, serviços e/ou processos - soluções de proteção proativa para cumprir as condições seis sigma. 

Existem diferentes opções de implementação do DFSS. Ao contrário do Six Sigma, que é comumente conduzido por meio de projetos Definir-Medir-Analisar-Melhorar-Controle (DMAIC), no DFSS surgiram vários processos graduais, todos no estilo do procedimento DMAIC.

A falta de clareza com relação ao DFSS e o foco da maioria das descrições nas ferramentas oferecem duas explicações possíveis para o fato de que muitas empresas ainda hoje estão lutando para implementar o DFSS. As empresas simplesmente não sabem onde e como começar e como continuar seus esforços de DFSS de maneira estruturada. 

Ao examinar mais de perto as motivações mais operacionais para implementar e trabalhar com DFSS, chega-se a algumas razões mais concretas as quais podem ser citadas na forma de objetivos corporativos, que são brevemente descritos a seguir.

  • Evitar modos de falha

O programa Seis Sigma prova seu valor principalmente eliminando falhas ou melhorando processos, de preferência nas etapas de produção. Nota-se que com a implementação do DFSS, muitos modos de falha podem ser evitados. Em outras palavras, o desempenho aprimorado de desenvolvimento de produto (DFSS) evitará a ocorrência de muitos modos de falha em potencial durante a fabricação e testes.

  • Aumento da eficácia da engenharia

Muitas ferramentas da metodologia DFSS, como o Quality Function Deployment (QFD) ou o modelo Kano, contribuem para carregar o setor de Pesquisa e Desenvolvimento de Produto (PDP) no front-end com o objetivo de alcançar a estabilidade do projeto o mais cedo possível. 

Ao atingir a estabilidade do projeto mais cedo, acredita-se que ocorra um aumento da eficácia da engenharia - tudo de acordo com o lema “mudanças iniciais baratas devem ser preferidas às tardias mais caras”.

  • Reforço do processo de desenvolvimento

O Design for Six Sigma visa melhorar o desempenho do PDP, por exemplo, direcionando o foco dos esforços para os aspectos mais essenciais de forma sistemática desde o início dos projetos de desenvolvimento.

  • Estímulos para a inovação e criatividade

O objetivo é estimular a inovação e a criatividade, utilizando os recursos do DFSS, como ferramentas de voz do cliente e pensamento funcional em combinação com ferramentas de criatividade, como TRIZ. A compreensão funcional das necessidades do cliente permite a criatividade e abre as portas para soluções mais inovadoras. O design é gerado a partir de requisitos funcionais com uma mente aberta e não predeterminada no início do desenvolvimento: as necessidades modelam o design - o design não modela as necessidades.

  • Aumento da satisfação do cliente

Uma intenção fundamental da DFSS é aumentar a satisfação do cliente. Por um lado, isso é alcançado por um foco mais forte no cliente em si e nas necessidades do cliente e, por outro lado, focando na robustez e, assim, minimizando a variação do desempenho do produto em torno dos valores de desempenho alvo. 

Desenvolvendo para Six Sigma - um mapa para o processo

Um aspecto importante, senão o mais importante para começar, pode ser o de esclarecer as fontes de inspiração e informações nas quais o processo se baseará. Em primeiro lugar, a experiência e o conhecimento adquiridos ao longo dos anos dentro da empresa - sua cultura organizacional -  desempenham um papel vital e serão inevitavelmente refletidos no resultado final. Em segundo lugar, a literatura convencional de desenvolvimento de produtos deve ser consultada. Em terceiro lugar, livros de texto DFSS devem ser lidos. Em quarto lugar, o benchmarking de empresas líderes devem ser levado em consideração e, por fim, um seminário executivo direcionando a atenção para os princípios do DFSS. 

Todas essas fontes levam a um novo PDP da empresa que deve consistir em quatro fases principais: 

  • Viabilidade técnica consiste de: i) escopo; ii) especificação e requisitos e iii) geração e seleção de conceito.
  • Projeto e verificação: i) incorporação do projeto; ii) detalhe do projeto e iii) verificação final
  • Validação
  • Entrega
Em cada estágio, recomendações não vinculativas são dadas sobre ferramentas que podem ajudar a cumprir os resultados. Elas não são vinculativas, a fim de não limitar a criatividade e imaginação dos engenheiros em qualquer grau: as ferramentas são meramente meios de alcançar os resultados desejados. Elas não devem ser estritamente prescritas apenas para fins de aplicação em si e, freqüentemente, existem várias ferramentas disponíveis que podem ser utilizadas para atingir o resultado necessário. 

Em cada estágio existem algumas atividades que devem ser realizadas para atender os resultados desejados. Essas atividades são capturadas em listas de verificação, ajudando a equipe de desenvolvimento a fragmentar as tarefas a serem realizadas em um estágio. Do ponto de vista do DFSS, as listas de verificação garantem que nada importante possa ser esquecido ou negligenciado.

Um exemplo de lista de verificação pode ser visto abaixo:

Escopo - Acordo sobre objetivo principal e limitações, decisão de aceitação do projeto
  • Entrega: Objetivo principal e limitações para o projeto / tarefa de desenvolvimento, incluindo a identificação do cliente interno. 
  • Checklist: Assegurar o envolvimento de todas as partes necessárias (stakeholders)da organização. Verifique se o inquérito está completo
Especificação e requisitos - Descrição funcional e requisitos mensuráveis ​​das necessidades do cliente
  • Entrega: Necessidades do cliente classificadas e expressas em requisitos funcionais mensuráveis, CTQs, requisitos não funcionais (por exemplo, ambientais, regulamentares, de segurança, custo, etc.), critérios de verificação e validação.
  • Ferramentas:  Benchmarking, QFD (House of Quality), modelo Kano, Scorecard, métodos de coleta de VOC 
  • Checklist: Reunir VOC (externo e interno), classificar as necessidades do cliente e traduzir em requisitos funcionais mensuráveis ​​com valores-alvo
Geração e seleção de conceito - Gerar, avaliar e selecionar conceitos
  • Entregas: Descrição dos conceitos mais promissores, plano de verificação e validação
  • Ferramentas: Matriz de Pugh / Hibridização, Avaliação comparativa, Inovação & ferramentas de criatividade (por exemplo TRIZ, seis chapéus)
  • Checklist: Definir critérios de seleção de conceito (por exemplo, robustez, confiabilidade, custo), Gerar conceitos em equipes multifuncionais, Avaliar e classificr os conceitos de acordo aos critérios de seleção definidos, incluindo robustez.
Modalidade do projeto - Incorporar conceitos e avaliar usando protótipos
  • Entregas: Documentação do produto, (por exemplo, desenho, descrição funcional, avaliação do modo de falha ), protótipos (incl. protótipos virtuais), identificação do fornecedor (interno e / ou externo), plano de confiabilidade e robustez, verificação atualizada e plano de validação
  • Ferramentas: Simulação, prototipagem, DoE, D-FMEA, VMEA, funções de transferência, mapeamento do processo funcional , FAST (Functional Analysis System Technique), Diagrama P, QFD (Casas de Qualidade) e Design for X.
  • Checklist: Obter compreensão funcional de conceito (s), identificar modos e efeitos de falha, tradução de requisitos funcionais em parâmetros de design, mapear fatores de ruído (por exemplo, externo, interno e unidade a unidade). Fazer uma verificação preliminar do projeto: cálculos (funções de transferência), modelagem e simulação, testes físicos, desenvolver plano de robustez e confiabilidade, atualizar e refinar o plano de verificação e validação (influência do fator de ruído, parâmetros de projeto)

Projeto de Detalhe - Detalhar e otimizar o design
  • Entregas: Documentação do produto, regras de projeto propostas, e os  princípios de medição, 
  • Ferramentas: funções de transferência, função de perda para projeto de tolerância, D-FMEA, DoE, métodos de Taguchi, projeto de parâmetros, análise de sensibilidade, ANOVA, projeto para X 
  • Checklist: Executar a verificação preliminar do projeto: cálculos (funções de transferência), modelagem e simulação, testes físicos, contabilização de robustez e confiabilidade, mapeamento de fator de ruído de atualização, realização de caracterização do produto (modelo matemático para otimização), projeto de otimização (média e variação), projeto de tolerância de desempenho.

Verificação - Verificar se o design atende aos requisitos
  • Entregas: Documentação do produto, regras de design liberado, produto liberado (pronto para validação)
  • Ferramentas: Teste, modelagem e simulação, teste HALT / HAST
  • Checklist: Realizar teste de verificação, avaliação de robustez e confiabilidade
Validação - Verificar a aceitação do cliente
  • Entregas: Documentação do produto, design comprovado no ambiente pretendido
  • Ferramentas: Testes de campo, testes, modelagem e simulação, testes HALT / HAST
  • Checklist: Realizar testes de validação, avaliação de robustez e confiabilidade
Entregar (Handover) - Passar para, por exemplo, a Produção
  • Entregas: Documentação de desenvolvimento de produto, suporte de lançamento
  • Checklist: Documentar as lições aprendidas com o projeto, incluindo lições de robustez e confiabilidade
Fechando.....O Design for Six Sigma busca a melhoria da qualidade durante os estágios de design, concentrando-se principalmente nos clientes e na robustez. Ao contrário do Six Sigma, no DFSS não existe uma maneira estabelecida para implementação em uma empresa. Uma forma possível é implementá-lo por meio de projetos de melhoria bem estruturados. Para o DFSS, surgiram vários procedimentos graduais, em oposição ao Six Sigma com seu procedimento DMAIC bem estabelecido. Outra maneira possível é integrar o DFSS ao PDP. 

Não há dúvidas de que a integração do DFSS no PDP de uma empresa constitui um compromisso notavelmente mais forte com muito mais desafios em comparação com a organização do DFSS em projetos de melhoria específicos. No entanto, há grandes expectativas de que lidar com a integração de processos pode ser lucrativo no longo prazo. Além disso, certas circunstâncias podem facilitar a decisão de integração. 

João F Amâncio de Moraes - AQC - Otimizando Processos.






quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Qualidade preditiva: em direção a uma nova compreensão de garantia de qualidade usando ferramentas de aprendizado de máquina

  

Falhas de produtos são temidas pelos fabricantes pelos custos associados e danos resultantes à sua imagem pública. Embora a maioria dos defeitos possa ser rastreada até as decisões tomadas no início do processo de design, eles geralmente são descobertos muito tarde, durante as verificações de qualidade (gerando custos da má qualidade) ou, na pior das hipóteses, descobertos durante o uso pelo cliente. 

Um sistema baseado em aprendizado de máquina que automaticamente retroalimenta insights sobre as taxas de falha dos processos de garantia de qualidade e retorno para o processo de design, sem a necessidade de qualquer análise manual de dados, ajuda a garantir a qualidade do produto de forma preventiva.

A norma ISO9000 para gestão da qualidade define a garantia da qualidade como a “parte da gestão da qualidade focada em fornecer confiança de que os requisitos de qualidade serão atendidos”. O tempo futuro nesta definição indica que a garantia de qualidade deve ser proativa: os efeitos adversos das falhas de qualidade devem ser evitados antes de se tornarem relevantes no uso real de um produto, por exemplo, por definição rígida de como um produto deve ser montado. Um termo intimamente relacionado é o da qualidade preditiva, que se refere a métodos que, com base em dados, identificam padrões estatísticos para prever desenvolvimentos futuros relativos à qualidade de um produto.

A Garantia da Qualidade deve ser preditiva (deve tirar conclusões dos dados) e preventiva. 

A Garantia da Qualidade não deve simplesmente evitar que produtos defeituosos passem para os clientes, mas deve também focar na geração de resíduos internos. Idealmente, as próprias falhas devem ser evitadas erradicando suas causas, que muitas vezes são frutos das decisões de projeto desfavoráveis. Uma ferramenta para conseguir uma performance favorável é a previsão baseada em dados, mas esta precisa acontecer antes mesmo de um produto ser produzido, não depois. Além disso, esse processo não deve depender de análises manuais caras, demoradas e sujeitas a erros, mas deve ser ativado por aprendizado de máquina automatizado.

Arquitetura para garantia de qualidade preventiva

Vamos fazer uma breve conjectura acerca de uma arquitetura geral e da funcionalidade de um sistema de Garantia de Qualidade Preventiva de um ponto de vista teórico e independente.

Num conceito geral, o sistema deve consistir de um componente de análise autônoma e outro de assistência em tempo real. O componente de assistência fornece feedback em tempo real para designers de produto ou gerentes sobre suas decisões, enquanto o componente de análise gera as estruturas de dados necessárias para fornecer as funções de assistência.

A entrada consiste em fontes heterogêneas de informações sobre produtos e suas taxas de falha (implicitamente associadas), por exemplo, dados de software de planejamento de recursos empresariais (ERP), documentos técnicos detalhando projetos de produtos e/ou registros de verificação de qualidade. 

Esses dados estruturados podem ser enriquecidos por dados não estruturados, como fotografias dos produtos defeituosos ou descrições textuais. Em geral, o pré-requisito é a informação sobre análise em produtos existentes, suas características e os respectivos casos defeituosos.

A saída do sistema, fornecida pelo componente de assistência, consiste em duas funções: Primeiro, o sistema julga o estado atual de um produto e notifica o responsável se for detectado um risco aumentado de defeitos, mostrando possíveis defeitos com sua probabilidade e amostras de produtos similares existentes exibindo os defeitos para servir como uma justificativa e aumentar a aceitação do sistema. 

Em segundo lugar, o sistema pode ser consultado para alternativas que são tão semelhantes quanto possível a uma configuração definida, mas têm uma taxa de falha estimada menor.

Numa condição de Análise de Dados Automatizada, o componente de análise de dados aprende um mapeamento de produtos com as taxas de defeito associadas com base nas informações coletadas de produtos existentes. Em particular, esse mapeamento também pode ser aplicado a produtos totalmente novos e inéditos.

Assistência em tempo real deve responder a dois tipos de consultas, uma sobre os riscos envolvidos no design de um determinado produto e outra para recuperar alternativas com maior qualidade prevista. 

Há também de se considerar a escolha de um método de classificação dentre diversos disponíveis. Alguns dos diferentes algoritmos de classificação para a implementação de meta classificadores estão listados aqui: regressão logística, Bayes ingênuo, florestas aleatórias, redes neurais de estilo perceptron multicamadas (MLPs) e AdaBoost com base em árvores de decisão. Esta lista serve aqui para ilustrar os modelos já disponíveis no mercado mas não é objeto deste artigo discutir os benefícios, os desafios e conceitos básicos de cada uma delas.

Assim, a ideia da Garantia Preventiva da Qualidade, um sistema que orienta os responsáveis pelo desenvolvimento de novos produtos nas suas decisões de forma a otimizar a qualidade do produto, traz em si, como principal característica, um grau de automação intrínseco, ou seja: um usuário não precisa ser um especialista em análise de dados, mas recebe automaticamente o conhecimento e a assistência de que precisa em cada momento. 

Para tanto, aspectos como a análise de dados não estruturados, a realização de funções de assistência e uma integração com outros softwares deverão ser considerados dentro do pacote de implementação. Combinar várias fontes de dados além dos sistemas ERP, como arquivos de design de produto ou verificações de qualidade, ajuda a aumentar a precisão das previsões e a aplicabilidade em mais etapas do processo de desenvolvimento.

Então, sua empresa já vem discutindo uma estratégia de médio e longo prazo no tocante ao desenvolvimento e implementação gradual de machining learning em seus processos chaves? Se ainda não se iniciou discussão neste sentido, eu me atrevo a dizer que sua empresa já carrega um grau de atraso comparado à alguns de seus competidores líderes de sua indústria. Considere!

João F Amancio de Moraes.

AQC – Otimizando Processos.