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A ideia central é dividir todos os projetos de inovação em três “horizontes” temporais e de maturidade diferentes:
| Horizonte | Nome comum | Foco principal | Tempo de retorno típico | Tipo de inovação | % recomendado de recursos |
|---|---|---|---|---|---|
| H1 | Core / Defesa | Melhorar o negócio atual | 0–3 anos | Incremental (melhorias, eficiência) | 70% |
| H2 | Crescimento / Ataque | Expandir para novos mercados ou produtos relacionados | 2–6 anos | Adjacente (novos clientes, canais, categorias próximas) | 20% |
| H3 | Futuro / Transformação | Criar os negócios do amanhã | 5–12 anos (ou mais) | Disruptiva / Radical | 10% |
Detalhamento de cada horizonte
Horizonte 1 (H1) – “Proteger e estender o core”
São os projetos que otimizam o que já existe: redução de custo, melhoria de produto/serviço atual, aumento de eficiência operacional, pequenas evoluções.
Exemplo: nova versão do produto flagship, automação de processos, expansão geográfica no mesmo segmento.
Objetivo: gerar caixa hoje, defender market share, manter competitividade imediata.
Risco: baixo a médio. Retorno previsível.
Problema comum: empresas colocam 90–100% dos recursos aqui → “morre de sucesso hoje, mas fracassa amanhã”.
Horizonte 2 (H2) – “Construir negócios emergentes”
Projetos que esticam o core para áreas adjacentes: novos segmentos de clientes, novos canais, novos modelos de receita próximos ao atual.
Exemplo: uma montadora tradicional lançando uma linha de carros elétricos premium, um banco criando serviço de investimento digital (neobanking), uma empresa de alimentos entrando em plant-based.
Objetivo: garantir crescimento médio prazo e renovação do portfólio.
Risco: médio a alto. Precisa de investimento significativo e velocidade.
É o horizonte mais difícil de gerenciar (muitas empresas matam H2 cedo demais por pressão de resultado curto prazo).
Horizonte 3 (H3) – “Criar o futuro”
Ideias genuinamente disruptivas, muitas vezes com tecnologia ou modelo de negócio que ainda não existe no mercado ou na empresa.
Exemplo: Google criando o carro autônomo (Waymo), Amazon criando a AWS quando era apenas livraria online, Natura explorando bioeconomia da Amazônia em 2005.
Normalmente começa como experimento, startup interna, spin-off ou parceria com universidade/startup.
Objetivo: posicionar a empresa para o próximo “S-curve” de crescimento.
Risco: altíssimo (90% falha é normal). Retorno incerto e distante.
Precisa de proteção especial (orçamento ring-fenced, métricas de aprendizado e não de ROI imediato).
Regra prática mais usada: 70-20-10
70% dos recursos (orçamento + pessoas) → H1
20% → H2
10% → H3
Empresas de alta performance (Apple, Google, 3M, Amazon, Gore-Tex) seguem rigorosamente essa proporção ou algo muito próximo.
Visualização clássica (curva S)
Valor do negócio ↑ │ H3 ────────↗ │ ↗ H2 ↗ │ ↗ ↗ │ ↗ ↗ │ ↗ ↗ │ ↗ ↗ H1 (atual) │↗ ↗ +-----------------------------→ Tempo
O H1 atual vai eventualmente declinar. O H2 de hoje vira o H1 de amanhã, e o H3 de hoje vira o H2 do futuro. Quem não investe em H3 fica sem “próximo motor” quando o core atual saturar. Resumo rápido para reunião - H1 = faço mais e melhor o que já sei fazer (caixa hoje) - H2 = faço coisas novas, mas próximas do que já sei (crescimento amanhã) - H3 = faço coisas que ninguém sabe se vão dar certo (sobrevivência depois de amanhã) Gerenciar bem os três horizontes é a diferença entre empresas que sobrevivem 5 anos e empresas que duram 50+ anos.
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