quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Conheça a startup que transforma veículos em máquinas autônomas

A Lume Robotics, do Espírito Santo, conquistou investimento de R$ 1 milhão do fundo Seed4Science; empresa já desenvolveu projetos de caminhões, carros e aviões

2 min de leitura

Por: RENNAN A. JULIO, 04 FEV 2021 - 08H00 ATUALIZADO EM 04 FEV 2021 - 08H00

Em 2009, o Brasil conheceu o chamado “Projeto Iara”, desenvolvido dentro da Universidade Federal do Espírito Santo. À época, alunos do curso de Engenharia conseguiram criar o protótipo de um carro autônomo capaz de fazer uma viagem-teste de 74 quilômetros entre duas cidades do estado. A ideia ganhou repercussão nacional e os idealizadores do projeto começaram a ser procurados pela indústria, em busca de soluções similares. A saída para atender às demandas? Fundar uma startup. 

Assim nasceu, em 2019, a Lume Robotics, empresa que desenvolve softwares capazes de transformar diferentes veículos em produtos autônomos. Desde a fundação, carros, caminhões e até um avião da Embraer já testaram – com sucesso – a solução. Em 2020, a empresa faturou R$ 500 mil e recebeu um aporte de R$ 1 milhão, que poderá chegar a R$ 3,5 milhões até o fim deste ano. 

Um dos empreendedores que acompanharam essa jornada foi Ranik Guidolini, cofundador e CEO da Lume Robotics. Em entrevista a PEGN, ele conta que, depois que o negócio saiu do papel, a tecnologia se mostrou especialmente útil para a iniciativa privada. Como a regulação brasileira não permite o uso e a veiculação dos autônomos em vias públicas do país, a saída encontrada pela startup foi apostar em soluções para empresas. 

Guidolini e seus colegas começaram a se aprofundar no desenvolvimento e na comercialização do sistema de automação. A empresa opera em um modelo SaaS (software as a service), em que o cliente paga um valor mensal pelo uso, dimensionado pelo número de veículos. “A automação pode ser útil para a redução de custos em procedimentos internos de uma fábrica, por exemplo. Mas não só isso. Até em questões de segurança, evitando que vidas humanas se arrisquem em ambientes propícios ao desmoronamento ou a altas temperaturas”, afirma Guidolini. 

Em 2019, a empresa participou do taxiamento autônomo de uma aeronave comercial da Embraer. De lá em diante, fechou parcerias com clientes como a Hitech Electric, fabricante de veículos autônomos, e a siderúrgica Ternium, na automação de um veículo extrapesado. Também participou do desenvolvimento de um caminhão autônomo em parceria com a Vale. 

O empreendedor conta que o software foi desenvolvido justamente para oferecer a flexibilidade como diferencial. “Com pouco esforço, conseguimos customizá-lo para operar veículos diferentes, como automóveis, locomotivas e aviões”, afirma. 

Com o aporte, a empresa quer investir na própria estrutura, montar um time de vendas e marketing e contratar mais desenvolvedores. Em paralelo, o CEO espera aumentar as parcerias com universidades e participar de programas de fomento do ES. “Temos, no estado, um polo desse tipo de tecnologia. E os nossos clientes são grandes empresas, presentes nacionalmente”.

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